O volume 5 da Revista Cadernos de Extensão traz artigos e relatos de experiências que
abordam os mais variados temas da Extensão, desenvolvidos por extensionistas de diferentes regiões
do país. Ao todo são treze trabalhos, três artigos e dez relatos, dentre os quais nove derivados de
projetos premiados na XI Mostra de Extensão IFF, UENF, UFF e III UFRRJ, evento realizado em
Campos dos Goytacazes, fruto de exitosa parceria entre as instituições públicas de ensino superior
do interior do estado do Rio de Janeiro.
Este volume da Cadernos de Extensão também apresenta como temática principal
a Curricularização da Extensão. Nesse sentido, propõe contribuir com a sempre importante e
atualmente urgente discussão sobre esse tema nas seções “Entrevista” e “Ensaios”, com convidados
compartilhando suas vivências nas discussões, na implementação e na prática da curricularização
da extensão nas instituições em que atuam como educadores extensionistas e gestores.
Em entrevista, Fabrício Medeiros Alho, pró-reitor de Extensão do Instituto Federal do Pará
(IFPA), apresenta a experiência em curricularização naquele instituto. O entrevistado é um dos
protagonistas do debate sobre o tema na Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica.
Como membro do FORPROEXT1, órgão de assessoramento da Câmara Temática de Extensão do
CONIF2, o entrevistado contribuiu significativamente na elaboração de documentos norteadores
para que as instituições de ensino estabeleçam as suas trilhas para a curricularização da extensão.
Ele ainda muito compartilhou do pioneirismo do IFPA na regulamentação e implementação
da extensão nos currículos dos seus cursos superiores. Na entrevista, Fabrício Alho destaca que
“Fomentar a realização e a difusão de ações extensionistas, sob o olhar das comunidades interna e
externa, com base em políticas e normativas já instituídas, é um dos caminhos que permite integrar
as estratégias institucionais, conectando com a intencionalidade dos cursos superiores ofertados e
possibilitando o compartilhamento de boas práticas e de inovações sociais e tecnológicas, geradas
a partir de projetos e programas executados no contexto da curricularização da extensão, visando
ao aumento do impacto social promovido pelas instituições de ensino.” Também destaca que
“O processo de curricularização da extensão deve ser pautado em uma construção coletiva, que
também englobe a comunidade acadêmica, já que são atores que estarão envolvidos diretamente
nas práticas extensionistas propostas no percurso formativo.” Ivan Vasconcelos Figueiredo, professor adjunto na Universidade Federal de São João Del
Rei (UFSJ), nos agraciou com o ensaio “A inserção da Extensão nas práticas, currículos e projetos
pedagógicos da educação superior pública brasileira: reflexões tentativas sobre os impactos na
formação do estudante e na transformação social.” O autor debate “os impactos nos percursos
formativos dos discentes e as transformações sociais decorrentes da inserção da Extensão nas
práticas, currículos e projetos pedagógicos da educação superior pública brasileira”. Argumenta “que
o exercício da indissociabilidade no e a partir dos cursos de graduação, em especial, na vinculação
processual das dimensões da Extensão e do Ensino, tende a: proporcionar uma formação mais
integral, humanística e cidadã aos discentes envolvidos; contribuir para a ruptura da linha abissal
que separa os sujeitos, as práticas, os saberes e os conhecimentos; em longo prazo, auxiliar no
desenvolvimento de uma democracia justa socialmente.”
No segundo ensaio do atual número, intitulado “Curricularização da extensão e a
concretização da indissociabilidade”, Tomé de Pádua Frutuoso, técnico administrativo em educação
do IFSC e Mestre em Educação com foco na Curricularização da Extensão, apresenta profunda
discussão sobre “Extensão e indissociabilidade” pautada nos Planos Nacionais de Educação (PNE),
estabelecidos a partir da Constituição Federal de 1988. Nesse sentido o autor discute que “A
curricularização da extensão deve ser efetivada não apenas por ser uma determinação, ela deve ter
também o objetivo de concretizar a indissociabilidade. Nesse sentido, a elaboração e adequação
dos PPCs deve ser focada no protagonismo e transformação discente”. Tomé de Pádua também
destaca que “a prática extensionista que, muitas vezes, era realizada dissociada do ensino e da
pesquisa, sendo praticada apenas como voluntariado em alguns projetos optativos, como horas
complementares, agora deverá ser considerada no planejamento do Projeto Pedagógico que visa à
formação profissional do/a egresso/a; a extensão irá compor as horas obrigatórias para a conclusão
do curso e deixará de ser um “apêndice” nos históricos de graduação”.
Seguindo na defesa de que a Extensão é um campo vital para a realização da função social
das instituições e entendendo seu papel na contribuição para que o IFFluminense avance nessa
missão, a Revista Cadernos de Extensão apresenta e convida à leitura de seu mais novo número,
esperando colaborar para a reflexão em relação a temas e ações mais atuais no país, com destaque
para o seu tema central que é a “Curricularização da Extensão”.
Ministrante:
1. Juliana Gonçalves Vidigal (IFF) ; 2. Tomé de Pádua Frutuoso (IFSC); 3. Mírian Marques da Silva (IFF); 4.José Vilani de Farias (IFRN)
Local:
Canal IFF Tube
Data e hora:
22/10/2021 - 17:00 às 19:00